4 Coisas sobre Massagem para Alívio da DorFelizmente, temos assistido a um número cada vez maior de pessoas que entendem a Massagem Terapêutica como eficaz para a redução ou gestão da dor.

Através dos sucessivos estudos sobre a massagem para alívio de dor, conseguimos ser mais eficazes na satisfação das expectativas dos nossos clientes.

A ciência da dor tem-nos ensinado novas abordagens para a identificação de possíveis causas nos sintomas de dor no corpo e nos respectivos sinais cerebrais.

Neste artigo apresentamos 4 áreas relacionadas com a dor e com a massagem para o alívio de dor que todos os terapeutas devem saber.

1. VARIÁVEIS SOCIAIS

A nossa experiência sobre a dor - quantidade e tipo de dor ou se sentimos mesmo algum tipo de dor - é determinada pela forma como o cérebro processa uma combinação de variáveis biológicas, psicológicas e sociais.

A Associação Internacional para o Estudo da Dor define a dor como "uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a danos actuais ou potenciais nos tecidos, ou descrita em termos de danos associados".

Apesar da dor ter frequentemente uma causa física identificável, por vezes não é bem assim...

Existe sempre uma característica subjectiva associada à dor. Se alguém diz que tem dor, mas não se consegue encontrar em ambiente médico nada que a possa provocar, devemos, ainda assim, aceitar que essa pessoa está a sentir dor.

As variáveis psicológicas e sociais por si só podem provocar (ou prevenir) dores bastante dolorosas e traumatizantes. Existem diversos casos muito bem documentados com este tipo de ocorrências.

2. NÃO EXISTE NENHUM "CENTRO DE DOR" NO CÉREBRO

Os nociceptores e a nocicepção não são "receptores de dor" nem "sinais de dor".

Nós temos muitos tipos de receptores sensoriais na nossa pele e outros tecidos que se conectam com neurónios para transmitir informação sobre o que é detectado.

Os nociceptores detectam estímulos nocivos, ou outras ocorrências que indicam possíveis danos em tecidos. Isto inclui o calor ou frio excessivo ou certos químicos libertados sempre que as células morrem.

Os nociceptores funcionam como os detectores de incêndio, indicando perigos potenciais, avisando-nos desses perigos através da medula espinhal e do cérebro. Este processo integrado é designado de nocicepção.

Estímulos sensoriais não-nociceptivos (não-ameaçadores) passam através dos nervos e da medula espinhal para chegar ao cérebro mais rapidamente do que os sinais ameaçadores. Isso ajuda o cérebro a entender o contexto no qual a nocicepção está a ocorrer, enquanto o interpreta.

A nocicepção pode desencadear respostas reflexas na medula espinhal mesmo se não sentirmos dor.

A ciência da dor também nos diz que, no cérebro, não há propriamente um "Centro de Dor" para receber "sinais de dor". Quase todo o estímulo sensorial é direcionado através do tálamo, que se conecta a muitas partes do cérebro para processamento e interpretação.

3. A DOR É UMA RECÇÃO DE PROTECÇÃO A UMA PERCEPÇÃO DE PERIGO

Os cérebros interpretam os estímulos sensoriais com uma ampla gama de outros factores, incluindo experiências semelhantes anteriores, estados emocionais, origens culturais e outras informações contextuais.

Quando o cérebro percebe o perigo, as pessoas podem sentir dor. Às vezes, os cérebros percebem o perigo mesmo quando não o há, fazendo com que as pessoas sintam dor... mesmo que não haja nada de errado.

4. QUANDO O SISTEMA NERVOSO SE SENTE SEGURO, A DOR PODE SER ALIVIADA

A dor pode ser reduzida aumentando a percepção de segurança no cérebro.

Neste aspecto, os terapeutas de massagem e outras terapias manuais podem ajudar a reduzir a dor ajudando o sistema nervoso do cliente a sentir-se mais seguro.

Aqui ficam algumas sugestões para o fazer:

  • Estabelecendo uma melhor comunicação / interacção com o cliente através da escuta activa, adaptando-se ao seu estilo de comunicação.
  • Proporcionando um ambiente confortável, agradável e limpo.
  • Respeitando as prioridades, preocupações e limites / limitações de cada cliente.
  • Fazendo com que o cliente se sinta fisicamente confortável, através do seu posicionamento, qualidade das marquesas, almofadas adicionais e temperatura ambiente.
  • Usando metodologias que não provoquem reacções de defesa ou impulsivas.
  • Modificando técnicas para evitar causar desconforto. Essas modificações podem incluir reduzir a pressão ou tornar mais lentos os movimentos manuais, sempre que se justifique.
  • Mantendo o foco na comunicação com o cliente, evitando sempre a linguagem negativa. Exemplo: "Como se sente agora?" em vez de "Tem razões para se sentir muito tenso!".

MASSAGEM PARA ALÍVIO DE DOR: SEJA MAIS EFICAZ

Os terapeutas de massagem estão numa situação privilegiada para ajudar as pessoas a reduzir as suas dores e para poderem usufruir de uma melhor qualidade de vida, mesmo quando a dor tem de estar presente.

Manter-se actualizado sobre os recentes desenvolvimentos da ciência da dor é um pouco como estudar anatomia ou psicologia - vai ajudar-nos a entender como devemos adaptar o nosso sistema de trabalho para sermos cada vez mais eficazes.

Adaptação Livre de Massagemag.com