Não Me Toquem, Por Favor!Uma recente pesquisa efectuada sobre o toque e a aversão ao toque explorou o que as pessoas sentem quando são tocadas por estranhos, amigos, pais, outras pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto.

Este estudo revelou que as mulheres com ansiedade social ficam menos confortáveis com o contacto físico do que os homens com níveis semelhantes de ansiedade social, e que os homens com um relacionamento com mulheres socialmente ansiosas tendem a ficar mais desconfortáveis com o toque físico também nesse relacionamento.

Este estudo envolveu 128 casais heterosexuais com um relacionamento médio de cerca de 1 ano e 8 meses.

Aversão ao Toque

Os pesquisadores também investigaram a influência da ansiedade social no contacto físico no âmbito de um relacionamento romântico e o papel que o género sexual pode ter na interacção entre a ansiedade social e o toque ou aversão ao toque.

Para a investigação destes factores, os pesquisadores solicitaram a cada participante que completasse três avaliações.

Na primeira avaliação, a Escala de Ansiedade Interactiva Social foi utilizada para medir o "medo e a aversão às interacções sociais devido às opiniões de outras pessoas".

Na segunda avaliação, a Medição de Aversão ao Toque foi utulizada para avaliar o comportamento ao toque de cada participante e as suas percepções sobre o toque. Esta pesquisa incluia frases como "Considero desconfortável ser tocado por alguém do mesmo sexo". Os participantes eram solicitados para escolher um algarismo numa escala de 5 pontos, desde "Concordo Totalmente" a "Discordo Totalmente".

Na terceira avaliação, o Teste do Toque foi utilizado para medir "o nível de conforto de cada participante ao receber ou expressar o toque de pais, amigos ou estranhos numa variedade de situações possíveis". O Teste do Toque incluia questões como "Qual o seu nível de conforto ao abraçar um amigo do sexo oposto?" e os participantes respondiam também numa escala de 5 pontos entre "Muito Desconfortável" a "Muito Confortável".

Ansiedade Social

De acordo com os pesquisadores, os resultados mostraram que cerca de 26% dos casais incluia pelo menos 1 pessoa que correspondia ao critério de Diagnóstico de Desordem de Ansiedade Social.

Complementarmente, registaram que as mulheres tiveram pontuações mais elevadas na Escala de Ansiedade Interactiva Social que os homens, e que as mulheres com ansiedade social reportaram maior aversão ao toque - sentindo-se menos confortáveis com o toque físico - do que os seus companheiros masculinos.

Os autores deste estudo também salientaram que quando a pessoa com ansiedade social era a mulher, havia um maior efeito no nível de conforto do homem com o toque no seu próprio relacionamento, do que quando os papéis eram invertidos e seria o homem a pessoa com a ansiedade social.

Os autores deste estudo diseeram ainda que "as mulheres, mas não os homens, revelaram maior desconforto ao serem tocadas ou ao toque e maior aversão ao contacto físico quando estavam em situação de ansiedade social" e que "numa relação romântica com o parceiro, o nível de desconforto e aversão ao toque foi mais intenso nos homens quando comparados com as mulheres".

Adaptação Livre de Massagemag.com
Estudo publicado originalmente em Novembro de 2016

Quantas vezes os terapeutas não são confrontados com este tipo de situação num ambiente profissional? Em situações concretas de algum desconforto do cliente face ao toque do terapeuta, é indispensável a utilização do bom senso e o respeito pelo outro.